sábado, 1 de maio de 2010

ao meu pai

eu ja desejei nunca mais te ver e nunca te perdoar por ter me deixado naquela noite, ou por ter me trocado por uma nova fase na sua vida. eu quis estar longe, quis te dizer coisas absurdas pra que voce pudesse sentir remorcio por ter errado, mas nao consegui dizer nada quando olhava nos seus olhos e via que voce é tao semelhante a mim, e todo esse tempo que as minhas noites são longe de voce, eu descubro que eu nao quero viver nenhum segundo a mais sem a sua presença.
eu sei que voce me ama tanto quanto eu amo voce. todo o tempo que eu perdi, fui um tanto egoísta e idiota. mas enfim pude perceber que nao ha mais tempo a perder, que eu nao posso disperdiçar nem um simples 'oi'. a vida passa rápido demais, e ontem mesmo eu era uma garotinha, a sua princesa, que suplicava entre lagrimas pedindo pra voce nao ir embora. e hoje eu espero pelo bom Deus que me faça querer sentir melhor. e eu continuo me perguntando porque voce teve que ir embora, me deixando aqui sozinha para juntar os pedaços que sobraram, eu estou chorando e uma parte de mim está morrendo, a dor é muito grande, eu estou machucada, mas ainda tenho esperanças, é complicado, mas eu tenho duvidas, voce ja me amou? porque eu te amo com toda minha força. eu o vi chorando quando quebrou seu próprio coração, eu assisti ele recolhendo cada pedaço que se espatifou pelo chão. minha memória jamais deixaria com que eu esquecesse. eu nao imaginava que uma crise de familia envelheceria tanto, e por conta disso, eu carrego o peso do mundo sobre meus ombros. é complicado falar de amor, se ele nao existe, e tudo o que eu preciso é de voce de volta, o meu pai, pra me pegar no colo, colar desajeitadamente o lacinho no meu cabelo e dizer: essa é minha princesa!

4 comentários:

  1. e...também já quis sumir!
    rs

    adorei o post!
    beiijo
    ")

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  2. Que lindo e emocionante esse texto. E ah, teus escritos dariam belas canções.

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  3. Realmente, esse texto é muito emocionante. Sei como é viver sem um pai, afinal, cá estou eu, 14 anos vividos, sem ter a presença de um. É difícil, eu sei, mas temos que aprender a sentir a saudade de uma forma boa, que nos faça bem...

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  4. não importa o que realmente acontece, ou o que aconteceu, é uma marca que não vai passar e um amor que não vai mudar... é pai, é sangue. É fato!

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